Apanhado 2013 - Primeira Parte

      Fiz uma lista mais ou menos. Na verdade, eu fui colocando os livros no canto do quarto depois de já terem sido lidos. Achei mais fácil do que anotar seus nomes. Nem tenta, esse pensamento deve ter alguma lógica, só não sei ainda qual é. Agora eu tenho uma estante chiquérrima, pedantérrima, então eles estão todos organizados. Temos até seções! Literatura Estrangeira, Literatura Brasileira e Não-Ficção. Tem uma seção também de livros-que-eu-tenho-desde-criança-mas-não-quero-mandar-embora. Seções organizadas por sobrenome de autor. Toque de quem trabalha em livraria (também chamado "probleminha").

      Li muita coisa no ano passado, em torno de sessenta livros, e isso foi um recorde, eu acho. É estranho porque eu sempre li bastante, mas nunca fiquei contando quantos livros estava lendo ou qualquer coisa assim. Eu simplesmente lia e pronto, estava acabado. Depois de começar a trabalhar na livraria, eu percebi que precisaria ter algum tipo de organização, senão ficaria maluco. São tantos livros novos chegando e tantos livros antigos pulando das estantes pedindo para serem devorados que eu não sabia por onde começar. O desconto também ajuda muito, claro, então comprei mais livros no ano passado do que jamais havia comprado na vida. Dar descontos para quem gosta de livros é quase tão perigoso quanto dar um chocolate para um diabético. De tempos em tempos, sai briga entre livreiros para saber quem pega o livro primeiro ou então - e eu faço muito isso - um livreiro provoca o outro dizendo que leu um livro fantástico, mas não diz qual. A Mareska Cruz, do blog Eu li, e agora? pode comprovar isso. 

     Estamos em 23 de janeiro e eu já li quatro livros. A coisa vai bem. Vou colocar aqui a lista dos que eu li ano passado. Não está completa, porque eu emprestei muitos livros e não anotei quais, mas tem todos os que são meus e os empréstimos que eu lembro. 

     Aí vai:

1 - Rebecca, de Daphne de Maurier.

    Um livro que eu amo de paixão, já li várias vezes e sempre que leio me delicio. É um livro de uma autora inglesa, lançado em 1940 - considerado cópia do brasileiro "A Sucessora" de Carolina Nabuco. É a história de uma dama de companhia que se apaixona e casa com um homem muito rico e poderoso, o senhor Max de Winter. Ele se mostra alegre e jovem quando se conhecem, em um hotel de Monte Carlo. Acabam ficando amigos, apesar da diferença grande de idade entre os dois. A dama de companhia - agora tornada em Senhora de Winter - é levada à Manderley, a mansão de seu marido. Lá tem que lidar com o ódio da senhora Danvers, governanta, devota da primeira Senhora De Winter.

2 - A Incrível História do Diminuto Senhor Minúsculo, de Mauricio Godoi.

    Um livro que eu ganhei da minha colega Patrícia Meira. É um livro curtinho, para crianças, sobre um homenzinho minúsculo (como diz o título) que mora em uma máquina de escrever. Divertido, com uma ideia muito boa. 

3 - Um Útero é do Tamanho de Um Punho, de Angélica Freitas

    Uma das minhas melhores aquisições poéticas do ano. Um livro que foi difícil de achar porque teve sua edição esgotada. Fiquei um bom tempo procurando. Assim que encontrei, a Cosac Naify anunciou que estavam fazendo uma nova edição. Raios.

4 - Fim, de Fernanda Torres

    Estréia da atriz em prosa. Achei um livro interessante, fala sobre cinco amigos já velhos relembrando sua juventude e loucuras. Não conseguiu me prender muito, mas tenho que reconhecer que é um livro de uma maturidade literária grande para uma estreante.

5 - Balés, de Bruna Beber

   Outra aquisição poética fantástica. Conheci Bruna Beber na Flip e já falei sobre ela aqui no blog. Procura lá!

6 - Limite Branco, de Caio Fernando Abreu


    O  primeiro romance de Caio, denso, meio etéreo, sobre as memórias de Maurício (claramente um alter ego do autor) sobre sua infância, adolescência e lugar no mundo. Escrever um livro desse porte aos 19 anos não é para qualquer um. Como qualquer um da obra do Caio, está recomendadíssimo!

7 - Golpe de Ar, de Fabrício Corsaletti

   Um romance curtinho sobre um cara mais ou menos da minha idade - não tem trinta, mas está quase -  que resolve largar tudo e ir passar um tempo em Buenos Aires. Lá ele encontra mulheres, bebe muito, faz amigos, diverte-se. É, como diz a contracapa, um romance de um poeta, mais interessado em imagens do que de fato ações.

8 - Flores Azuis, de Carola Saavedra

    Comprei esse livro porque gostei do tema e da capa. É a história de um rapaz que muda-se para um novo apartamento e começa a receber cartas, todas em envelopes azuis, de uma moça que não aceita o final do relacionamento com seu namorado, provavelmente o antigo morador do apartamento.

9 - O Segredo do Lago, de Arnaldur Indridason

   Um dos poucos policiais que eu li e, devo dizer,  adorei! Não é um tipo de livro que eu leio muito, tive que ler esse para um concurso e simplesmente adorei. Muito bem escrito, muito bem costurado e com um detetive que é tão humano quanto eu ou vocês, leitores. Isso eu gostei bastante, ele é bem diferente do Poirot, da Agatha Christie (que eu também gosto, mas que é genial). O detetive desse livro erra, tem um caso com uma mulher casada, a filha em uma clínica de reabilitação e um filho com quem ele não conversa. É um livro islandês!

10 - Os Incríveis Infortúnios de um Escritor Aprendiz, de Florian Zeller

    Um autor de 40 anos que escreve um livro inteiro em primeira pessoa cujo personagem é um menino de 14. Só isso eu já achei muito bacana. Julien Palmer é um menino francês cujo sonho é ser um escritor famoso. Ele não se dá bem com a família, foge de casa e tem uma noite toda cheia de reviravoltas.